A geração Xuxa

... domingo passado (26/11/06) conversavamos (alguns amigos) em casa, sobre a atual imbecilização da adolescência, hoje, jovens adultos. E chegamos a uma conclusão. A culpa é da Xuxa. Expliquemos. Minha turma de adolescentes (de volta a 1615) pensava (mal ou bem) e conseguia ser auto-crítica. Nossas músicas transmitiam alguma mensagem (legião, engenheiros, francis hime, edu lobo, cazuza, chico, o poeta camarada, toquinho, paulo diniz...) Em 1986 a Globo trouxe ao ar um dos mais manipuladores programas infantis do mercado (até então), o Xou da Xuxa. Nós escapamos, mas as gerações seguintes...

Xuxa, por seu programa, sempre estimulou o consumo, a diversão, a estética, a diversão, a moda e a diversão. Algo como um Cortez moderno, em 1519, dominando os Astecas, fazendo-se passar pelo deus branco.

20 anos depois da criação da Xuxa temos o mais completo time de adolescentes imbecis do pais. Seres apolíticos, apáticos, não críticos e sem o mínimo senso de estética intelectual. Ou seja, a juventude perfeita para o mercado. Manipuláveis, sensíveis à moda, ao consumo, avessos à política e com inata e insaciável fome de diversão.

Repito, inata e insaciável fome de diversão, de farra, de forró, de carnatal, de pagode, enfim, desse lixo todo que hoje é moda. Valores que mais estimulam os jovens a serem jogadores de futebol e músicos, que cientistas. Lógico, afinal, para que precisamos de cientistas? cientistas não consomem (nem trocam de roupa ou fazem o cabelo).

Óbvio que sabemos que a Xuxa foi criada pelo mercado, que é mantido pela mídia e financiado pelo capital. Óbvio. Não podemos, entretanto, atingir o mercado, bater na mídia ou renegar o capital. Xuxa é um alvo mais fácil, e eu nunca gostei dela mesmo. Já das paquitas...