... uma pequena história de vida.
Mariazinha (nome ficticio, história real) passava por maus momentos. Desempregada, sozinha, sem recursos materiais, esquecida pela família, vinha criando com grande dificuldade sua filha, do casamento anterior. Sua moradia (alugada) é humilde e sem qualquer conforto pequeno-burguês, e sua filha é criada com o mínimo possível, mas com muito amor de mãe. Mariazinha nada diferente tem de grande número de brasileiras que, com muita coragem e garra, cria sua prole com dificuldade, mas muita competência.
O ex-marido de Mariazinha (para complicar mais sua vida) ajuizou uma ação de guarda, justamente nesse período, objetivando tomar a guarda de sua filha, alegando que a mãe não mais tinha condições materiais de criá-la.
Entretanto, surgiu na vida de Mariazinha uma luz. Abriu-se concurso público para a NRFU, cargo de professora com Mestrado, e Mariazinha havia há pouco tempo concluído seu mestrado. De pronto, então, ela matriculou-se no concorrido concurso público (o qual poderia mudar sua vida), juntando toda aquela "tralha" de documentos exigidos, batendo fotos, tirando certidões, até arranjando emprestado o dinheiro para a inscrição. Alegre estava ela, pois na segunda-feira seguinte, logo de manhã, iria fazer o concurso, no qual apostava as últimas fichas que tinha.
Era uma quinta-feira à tarde, 17hs, dias após a incrição, e Mariazinha viu - lamentavelmente - sua inscrição no concurso ser indeferida. Numa quinta-feira à tarde, quando o concurso seria logo no amanhecer da segunda-feira seguinte. Lágrimas correram a seus olhos, e a pouca esperança que tinha visto aparecer, toda a chance de mudar sua vida, de conseguir dignidade financeira, de manter a guarda de sua filha, tudo isso parecia apagar-se naquela tosca e dura palavra "inscrição indeferida".
Num último alento de esperança, ela - por indicação de um amigo próximo - procurou o advogado deste seu amigo. O objetivo: conseguir uma liminar para que, de alguma forma, pudesse garantir sua participação no certame. Exatamente as 21hs da fatídica quinta-feira Mariazinha entregava ao seu recém constituído advogado a documentação acerca do concurso.
Seu advogado virou a noite da quinta-feira fabricando o mandado se segurança, trabalhou até o sol nascer. Raiando o dia, correu para JFRN (que, na sexta-feira, funciona só até meio-dia). Lá, levou um "chá de cadeira" de quase duas horas, foi (como de praxe) mal tratado por funcionários, mas foi atendido pelo juiz pouco antes das 11hs. Explicou, detalhou, argumentou, circunstanciou a situação. Para alegria de Mariazinha, saiu de lá, às 12:47hs, com a liminar na mão.
O final da história, para encurtar, é que hoje Mariazinha liga para seu advogado, e diz: "Dr., obrigado, sabe aquele concurso? pois é, passei, saiu o resultado hoje. Minha vida mudou. Sabe mais? passei em primeiro lugar, primeiro lugar doutor. Muito obrigado, um dia - logo mais - eu terei condições de pagar o que o sr. fez de graça. Dr., eu vou conseguir manter minha filha doutor, ninguém vai tomar ela de mim. (chorando)"
... esse tal "doutor" ama a profissão dele. Adora realizar seus clientes. E pede a Deus poder ser útil todos os dias. Vejam esse vídeo.
* os nomes reais foram suprimidos para preservar a identidade dos envolvidos.
1 Comments:
... Parabéns para Mariazinha e para o Dr.venho informar que essa não é a primeira vez que esse Dr faz algo assim.
Hoje dia 27/06/2007 também tive uma grande realização profissional, estou atendendo um paciente de AVC( Acidente Cerebral Vascular) no qual tem
disartria (dificuldade para falar) e as poucas palavras que fala as outras pessoas não entender, mas hoje foi diferente depois de algumas sessões ele formou duas frases e quando terminou de dizer começou a chorar e como sou uma chorona tb chorei com ele....me sintei muito bem.
Nunca tive tanta certeza com minha profissão como hoje...Tenho orgulho de ser Fonoaudióloga :)
Postar um comentário
<< Home