... faroeste potiguar.
Por volta do meio-dia, ousado e corajoso, peguei um alternativo para Umarizal/RN.
Tratava-se de um monza (modelo neanderthal), sem ar-condicionado, bancos antigos e odor característico de veículos de transporte de carga. O chassi e lataria velhos, sobre os quais pendiam duvidosos retrovisores, com a mesma ferrugem que povoava o capô, contrastavam com o cd-player novinho (com MP3, WMA), de marca da hora.
No Monza, perfeitamente acondicionadas 06 pessoas (03 na frente, 03 atrás, bagagens dentro e fora do carro).
Nas 2,1h que separaram Mossoró de Olho D´água dos Borges, a superlotação do carro, o calor de 36 celsius e o absurdo vento quente do oeste só perdiam para o (unberable) desconforto do estridente "aviões do forró em Mossoró", sic gravado recentemente na própria capital do oeste. (Saudades do bom e velho Joe).
Lembrei novamente de Livia (post anterior), e catei o curioso exemplar. Li 31 páginas, de uma catada só, evitando que a sensação térmica e a poeira me levassem a loucura.
Wilhelm (homem de grande capacidade filológica), a exemplo de outro post, uma vez mais, salvou o momento, abrindo-me um oasis de cultura naquele hostil deserto, teleportando-me (ao menos espiritualmente) para longe dali.
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